Este do Prata é um capítulo muito importante na vida
de Frei Daniel. São treze anos ininterruptos de apostolado santo,
de realizações sociais que deixam sem fôlego... Tudo
isso com uma força que lhe vinha da forte convinção
de ter sido enviado pelo Bom Deus em pessoa. Ele, ele mesmo, para anunciar
o Evangelho, para ser o pai de todos aqueles colonos, de todos aqueles
índios no meio daquelas florestas... Este aspecto da vida de Frei
Daniel passou decididamente em segunda linha: preferiu-se pensá-lo
hanseniano fechado no horror do Tucunduba, em lugar de missionário
entregue a toda atividade... Mas também neste apostolado "aberto"
ele demostrou-se grande, excelso e fez bem Frei Camilo Micheli em chamálo
no seu livro: Gigante do Prata!... Por 13 anos consecutivos Frei
Daníel foi missionário no verdadeiro sentido da palavra e
assim nesse impulso, nunca deixou de sê-lo nem sequer entre os muros
do Leprosário. Por 13 anos consecutivos cuidou dos índios,
dos filhos deles, de modo especial. Não temos muita certeza, mas
por aquilo que sabemos nos parece poder afirmar que Frei Daniel viveu com
os Índios mais do que todos os outros missionários, ao menos
continuadamente. Por isso, para celebrar também o "Pai dos
Índios" dirigimo-nos mais uma vez ao nosso artista - Rogério
Martins - pedindo-lhe que fixasse nas cores também esse aspecto
da vida de Frei Daniel. Preferimos deixá-lo livre: o Leitor pode
ver o resultado. Frei Daniel é captado como hábil disponível
timoneiro que conduz os habitantes da selva para o esplendor da Cruz. É
uma "visão" quefaz ecoar antigas profecias e as realiza dentro do
contexto exuberante da Natureza incontaminada a ser consagrada a Cristo...
Emerge a Cruz - luminosissima - das águas e o barco principal se
dirige decididamente em direção àquele clarão
intenso que incendeia a floresta e declara fortemente uma Presença.
O verde acompanha o fluir das águas e é pensado mais como
um túnel do que uma parede a céu aberto. É por isso
que a Cruz é tão incendescente e não perde absolutamente
seu esplendor com o crescer do dia. Frei Daniel é visto como o timoneiro
santo e poderoso que transporta almas e corpos. È ele o intermediário
indispensável: os índios do outro barco não vão
diretamente em direção à Luz; querem ser acompanhados
pelo gigante bom que está na proa...
Assim aconteceu por 13 anos consecutivos! ... "A Deus louvado" por esse serviço santo! ... |